domingo, 21 de novembro de 2010

ADEUS BARRICAS... JANCIS ROBINSOSN DESCOBRIU QUE MAIOR É MELHOR!!



Os barris não estão mais na moda! Quem afirma é Jancis Robinson, em um artigo recente no Financial Times (http://www.jancisrobinson.com/articles/a201011033.html ).


Ela diz que as barricas pequenas (225 L) já tiveram seu tempo e descreve o que considera uma tendência, seja na Itália, país tradicional dos grandes recipientes, seja na França o uso de grandes barris de 500 L.

“Há 20 anos o sucesso dos produtores ao redor do mundo era medido pela quantidade de barris novos, principalmente os franceses, que eram utilizados em suas cantinas. Aquela característica de tostado e denso (principalmente nos chardonnays e cabernets) que sobressaia em relação à fruta foi por um período a moda no mundo do vinho.”

Durante uma de suas viagens a região da Toscana, Jancis Robinson degustou o mesmo sangiovese (vinho) amadurecido em diferentes barris e “descobriu” que o vinho amadurecido em um barril maior é mais refinado e preciso.

Será que os ditadores da moda estão revendo todos seus conceitos? Por anos Jancis, assim como todos os outros críticos, glorificaram os “vinhos amadeirados”.

Acredito que este movimento seja parte de uma tendência, porém não uma moda referente à percepção ou a “descoberta” deste ou daquele crítico, mas a tendência que acontece com a melhor educação e conhecimento por parte dos consumidores.

Após alguns anos degustando o que lhe era sugerido, os consumidores começaram a formar o seu próprio padrão de escolha. E, talvez, os críticos de vinho não formem mais opnioes, mas passem a ecoar os desejos de seus leitores.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

AS MELHORES CARTAS DE VINHO AÉREAS!

Como todos os anos, as melhores cartas de vinhos das companhias aéreas são escolhidas no International Business-class Airline Wine Competition.
Trinta juizes degustaram e pontuaram 118 vinhos apresentados por 26 companhias aéreas, para decidir qual a melhor lista. Os vinhos são os mesmos servidos nas classes executivas dos aviões destas empresas. Os vinhos da Austrian Airlines atingiram a maior pontuação. Logo atrás a Qatar airways, campeã do ano passado com 0.28 pontos de diferença. O terceiro lugar ficou para a TAM linhas aéreas.
A grande campeã mostrou que não baseia a sua carta de vinhos em apenas um ou dois grandes vinhos, mas oferece grandes rótulos nas diferentes opções – champagnes, vinhos brancos austríacos, alemães ou franceses além de grandes tintos. Para tanto ela escolhe anualmente os vinhos que serão servidos em seus vôos da classe executiva contando com a colaboração de 55 sommeliers austríacos que degustam centenas de rótulos. Desta seleção a companhia escolhe 4 brancos e 4 tintos para apresentar a seus passageiros.
Neste resultado cabe ressaltar a excelente colocação da brasileira TAM !

Mas também não poderei deixar de registrar uma critica a nossa companhia aérea.
Apesar de estarmos falando de vinhos servidos na confortável classe executiva, a TAM, assim como outras empresas, oferece nas demais classes, vinhos para acompanhar suas refeições. Depois de viajar algumas vezes a Europa neste ano, pude perceber que nos vôos de empresas italianas e espanholas foram servidos vinhos italianos e espanhóis... e curiosamente na brasileira TAM foram servidos vinhos argentinos!!!

Não se trata de nenhuma discussão ufanista. A escolha dos vinhos é livre e deve ter sido baseada entre outros fatores em questões comerciais. Mas a empresa que “tem orgulho de ser brasileira” poderia ser a primeira a apresentar produtos nacionais aos estrangeiros que visitam nosso pais.

Que pena que eles não lêem este blog!!

A MESMA UVA E TRÊS VINHOS DIFERENTES – OS GRANDES VINHOS BRANCOS DA BORGONHA.



CHABLIS

Chablis é uma AOC situada no distrito de Yonne, vizinho a Auxerre, na porção mais ao norte da Borgonha. Diversas congregações de monges se instalaram na região e todas se dedicavam a o cultivo da videira. Graças a atividade dos conventos, já na idade média, os vinhos de Chablis gozavam de grande reputação. Logo surgiu a vocação do território para o cultivo da cepa chardonnay; ainda hoje Chablis é sinônimo de vinho branco da uva chardonnay. A denominação compreende cerca de 20 comunas e se distingue em 4 sub-denominações: no vértice da pirâmide qualitativa temos os Chablis Grand Cru seguidos dos Chablis Premier Cru e sucessivamente temos s denominações comunais Chablis e Petit Chablis. Os premiers cru se encontram na parte setentrional da zona. O estrato de sedimentos que compõem o terreno, decorrente do período Jurássico, é um dos elementos que determinam a qualidade do vinho.

MEURSAULT

Meursault é uma pequena cidade da Cote de Beaune. Aqui o primeiro vinhedo foi plantado em 1098 e em pouco tempo o vinho branco, produzido com a uva Chardonnay adquiriu grande fama. E não é surpresa que séculos mais tarde o Meursault tornou-se um dos vinhos preferidos do então embaixador americano na França Thomas Jefferson. Os melhores vinhedos se encontram a cerca de 260 metros acima do nível do mar, tendo boa exposição e plantados em solos de calcário e marga. Trata-se de ma terra de brancos mas napo faltam os tintos meursault da uva pinot noir, que correspondem a uma parte muito modesta da produção. Meursault não são Grand Crus mas Premiers Cru de altíssimo nível. Entre esses se distinguem por classe Les Perrièrs, Les Charmes, Les Genevrières, Les Gouttes d’Or, Les Cras, Les Bouchères. Também muitas “villages” são de excelente qualidade, como Les Narvaux, Le Limosin e Les Vireuils. Sao vinhos brancos muito longevos; apresentando boa alcoolicidade, acidez, de corpo e estrutura de qualidade capazes de envelhecer por décadas.

MONTRACHET

O nome deste Grand Cru deriva do Monte Rachat; em francês antigo rache significava peste e ressaltava tratar-se de uma região pobre e vazia. Incrível, se pensarmos que aqui nasce o mais prestigioso vinho branco seco do mundo. Obtido da uva chardonnay, o Montrachet é muito longevo e adequado para suportar décadas de envelhecimento até atingir o seu máximo. É um vinho muito procurado e entre os especialistas é considerado um dos vinhos mais prestigiosos. Os vinhedos de Montrachet encontram-se na parte mais ao sul da Côte D’Or sendo plantados em um terreno rico em calcáreo, pedregoso e com marga que permite a absorção do calor solar durante o dia e sua liberação à noite. Por esta cracteristica comprendemos como a chardonnay aqui cultivada pode produzir vinhos de excelência. Durante um periodo era cultivada a pinot noir mas hoje a regiao é o reino da chardonnay. A fama deste local ja era grande no seculo XVII; os monarcas cisticercenses de Maizières e depois importantes familias burguesas locais se ocuparam em manter essa reputação. É importante saber: é um erro consumir este vinho na sua juventude mas sim depois de seus 10 anos.