domingo, 20 de fevereiro de 2011

OZ CLARKE ACREDITA NO POTENCIAL BRASILEIRO. ENTREVISTA CONCEDIDA AO ENOBLOG (por Mauricio Roloff)

Foto: Tatiana Cavagnolli

Mais renomado crítico enológico a pisar no Brasil até hoje, o irlandês Oz Clarke não se deixa seduzir pela fama. Caso fosse diferente, a entrevista a seguir teria sido interrompida pela metade, quando foi servido o almoço em uma das vinícolas que o vem recebendo desde o início da semana.

— Isso é mais importante do que almoço — defendeu, mostrando-se aberto a segurar a fome até que tivesse explicado seu ponto de vista sobre os rótulos brasileiros, a influência da mídia no mercado enológico mundial e os caminhos que vêm sendo trilhados pelo Velho Mundo (tradicionais produtores europeus) e pelo Novo Mundo (países das Américas, da África, da Ásia e da Oceania) do vinho.

Apresentador de televisão, autor de livros de sucesso no Reino Unido e vencedor de diversos prêmios, Clarke integra um grupo de jornalistas internacionais ciceroneados no país pelo Wines of Brazil, projeto que tem a missão de divulgar a vitivinicultura nacional pelo mundo. Ao deixar o Brasil amanhã, ele leva a impressão que a cadeia produtiva por aqui vem fazendo avanços, mas que precisa colocar a tradição um pouco de lado se quiser se destacar no planeta vinho.

Enoblog: Essa é sua segunda visita ao Brasil. Mas diferentemente da primeira vez, em que foi convidado, agora você tomou a iniciativa de estar aqui. O que o moveu?
Oz Clarke: Ver que mudanças foram feitas, que direção o Brasil está tomando. Da última vez estive no Vale do São Francisco (no Nordeste), que é uma operação fascinante, mas uma área de grande volume. Os países precisam disso, e para o Brasil pode ser difícil conseguir uma. A Campanha, perto da fronteira com o Uruguai, é uma alternativa. Pelo menos no Vale do São Francisco se faz colheita quando se quer. A área da Serra gaúcha é diferente de qualquer outra área que eu conheço no mundo.

Enoblog: Por quê?
Clarke: É bastante úmido, relativamente alto, bem mais ao Norte do que as pessoas percebem _ no paralelo 29. Fica bem acima da África do Sul. Bem abaixo da Europa. Bordeaux fica no paralelo 45 (ao Norte). Isso é uma diferença grande em relação à força do Sol. Por sorte, há muitas nuvens para impedir o ataque do Sol sobre as uvas, mas muitas nuvens também significam mais chuvas. Há uma tradição que começou com a intenção de plantar variedades viníferas no fim do Século 19. Ela basicamente fracassou. Mas as pessoas que vieram das regiões do Trento, do Vêneto, do Alto Adige, eles tinham de continuar o trabalho. Se foi dado uma vinha com seis brotos a cada italiano que chegou, rapidamente eles as transformaram em 52 brotos, investindo em variedades como isabel. E por cerca de 100 anos, a isabel vendeu bem. Acho que um ou dois desses vinhos são realmente bons. As vinhas bordô são excelentes, cheias de personalidade. Fazem suco fantástico, e também bons vinhos. Alguns produtores conseguiram. Mas o mercado, as tendências, os críticos, o chamado mundo do vinho “sério”, eles não vão reconhecer qualquer produto tirado de uvas comuns como decente. Eu acho que estão errados. É possível fazer bons drinks com variedades americanas. Também acredito que o suco dessas uvas feito aqui é o melhor que eu conheço no mundo e, se feito corretamente, pode ser uma ótima base para coquetéis. Ninguém parece ter pensado nisso.

Enoblog: É que os vinhos comuns não têm boa reputação.
Clarke: Todos estão obcecados pelas viníferas, e tudo bem, porque o mundo do vinho é o império das viníferas. Mas eu peguei um pouco de suco e no hotel, antes de partir, vou até o bar e pedir um pouco de cachaça, vodca, gim, bourbon, tabasco e vou trabalhar nisso. Simplesmente acho que há algo aí. É possível fazer do suco algo tão sexy quanto o vinho. Mas este é um mundo vinífera. O Brasil é um lugar muito interessante. Se diz integrante do Novo Mundo, mas se comporta como Velho Mundo.

Enoblog: Como assim?
Clarke: Nesta região, o estilo de vida, da culinária, são italianos. A comida é deliciosa, as pessoas são fantásticas. O senso de que a vida é para ser aproveitada é evidente. Ao mesmo tempo, temos uma cultura enológica baseada em uvas francesas, não nas italianas. Se olharmos para a vinificação, ela segue padrões italianos. É uma combinação curiosa. A vinificação está perfeita, mas sinto que ela deveria “sair do quadrado” um pouco. Estou certo de que a escola de Bento Gonçalves é boa, os professores provavelmente são excelentes. Um ou outro está na faixa dos 20 anos, e a essas pessoas é preciso dar mais crédito. Mas quando pergunto a eles “onde vocês trabalharam no Exterior? Já estiveram na Califórnia?”, “Não”. “Já estiveram na Nova Zelândia?”, “Não”. “Já estiveram no Chile?”, “Hum, não”. “Austrália?”, “Não, mas estive na Itália”. Isso é ótimo, mas para pensar como o Novo Mundo é preciso ver o que o Novo Mundo está fazendo. E talvez o Novo Mundo olhe para a Serra gaúcha e diga “nós nunca plantaríamos uvas lá”, porque ele está ligado a condições confiáveis. Assim é o Chile, a Argentina. Claro, há lugares em que não há regularidade, então se pode aprender a viticultura desse tipo de lugar. Acho que muitos vinhos não tentam “sair do quadrado”. O Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho) fala na descoberta do vinho brasileiro. A alegria, a cantoria, a dança. Mas os vinhos não cantam nem dançam. Eles são sérios. Fazem bonito com a fruta, se saem bem no cálice. Se você servir uma taça de tannat ou merlot, em meia hora ele vai melhorar. Mas para novos consumidores, o vinho que leva meia hora para despertar no cálice não vai entusiasmar. Eu e você, que conhecemos vinhos, vamos dizer “eu espero meia hora”, porque sabemos o que significa. Gostaria de ver mais varietais básicos por R$ 12. Quando vamos às vinícolas, as pessoas tentam mostrar os melhores vinhos, e eu fico perguntando “o que os brasileiros estão tomando? Me leve a Porto Alegre, a São Paulo”. Me dizem que em São Paulo as pessoas gostam de carvalho. OK, mas o jovem médico gosta de carvalho? O jovem professor gosta de carvalho? Quem tem 28 anos e é advogado gosta, ou são os consumidores de 50, que já tomam vinho? Muitas das coisas que a Serra pode fazer têm 12%, 12,7% de álcool, e não 13% ou 13,5%. No mundo do (crítico Robert) Parker e esse tipo de gente, 12,5% quase não existe. Mas esses grandes críticos não deveriam ser aqueles a persuadir uma região como o Rio Grande do Sul a fazer qualquer coisa. Não deveriam ter essa influência.

Enoblog: Há quem diga que na Campanha está o futuro da vitivinicultura nacional, e outros dizem que o certo é investir na Serra, por sua personalidade. Você tem uma opinião?
Clarke:
Sim. Acho que o futuro é a Serra do Sudeste. Essa é a área do Novo Mundo, e não tanto a Campanha. A Campanha é mais como o Silver Valley na Austrália, como o Central Valley na Califórnia. Mas é bastante quente perto da fronteira com o Uruguai, árido. Claro, há irrigação, mas estamos falando de condições quase desérticas. A Serra do Sudeste tem um tanto de altitude, é um pouco mais próxima do Atlântico e me parece que a quantidade de sol é próxima da obtida na Campanha, mas com brisa e altura. Então é mais confiável. Se eu tivesse de investir em uma abordagem do Novo Mundo, expandiria minhas plantações na Serra do Sudeste em vez de me estabelecer na Campanha. É possível fazer muitos vinhos na Campanha, mas não sei quão bons eles serão. Isso tem a ver com a ideia do Ibravin de “vamos dançar com o Brasil”. É muito importante com a Copa do Mundo e as Olimpíadas se aproximando. São duas oportunidades fantásticas para exportar. Mas é preciso vender o Brasil, sua alma, seu espírito. O espumante moscatel faz isso. São muito bons, com altíssima qualidade. Não experimentei nenhum ruim. São bebidas melhores do que a maioria dos atuais espumantes Asti da Itália. São puro prazer. Os feitos de chardonnay e pinot noir também são bons, mas usam Champagne como modelo. São diferentes. Têm mais sabor. Talvez por usar outro tipo de prensagem. Mas também por os franceses estarem em 49 graus ao Norte, e aqui ser 29 Sul. Por mais que tentem, vocês terão uma fruta diferente.

Enoblog: De tudo o que provou até agora, o que mais chamou sua atenção?
Clarke: Espumantes moscatel, sem dúvida. Seguidos dos espumantes tradicionais com pinot noir e chardonnay. Ambos facilmente se mantém em pé por conta própria, tudo o que precisam é da divulgação adequada no mercado de exportação. Também alguns dos vinhos experimentais que vi, em lugares como a Serra do Sudeste. Mesmo que a vinificação não tenha sido muito boa, você prova e diz “há boa fruta aqui”. E não são muitas pessoas fazendo isso. Acho que as pessoas estão começando a farejar essa região e pensar “devíamos estar lá”. Alguns dos melhores vinhos que provei são incumuns: teroldego, refosco… E combinam com o espírito deste lugar. Muitas dessas iniciativas partem de pequenos produtores. Alguns se colocam em uma camisa de força de Bordeaux, com merlot, cabernet franc, cabernet sauvignon e tannat, com alguma ajuda de ancellotta e coisas do gênero, mas nada muda muito. E não entendo o porquê, já que a primeira tentativa de trazer o Brasil ao Novo Mundo foi nos anos 1970, com Chandon, Almadén, Martini. Eles pensaram “OK, viemos na onda da Califórnia, então precisamos dessas ideias”, e a Califórnia foi baseada nas uvas tintas de Bordeaux. O segundo movimento de grande evolução foi nos anos 1990. Aí é que a revolução do Novo Mundo realmente deslanchou, e todos na Califória, na Austrália, na Nova Zelândia e no Chile quiseram entrar no jogo. Como se faz isso? Tentando elaborar vinhos melhores do que Bordeaux e Borgonha. Então se usa chardonnay, cabernet e merlot. Todos fizeram isso. Aí se olha para a Serra gaúcha. Que condições há para fazer isso? Não há qualquer semelhança com Bordeaux. Talvez com um ou dois lugares da Borgonha, mas pouco. E em estado de espírito? Vinho não se trata apenas de ciência. Também tem a ver com coração, emoção. E ainda gostaria de saber o que é possível fazer no paralelo 29 com brancos como fiano, avelino, falanghino, verdicchio, todos esses brancos que os italianos praticamente esqueceram. Agora, no Século 21, gente como Angelo Gaja e Piero Antinori (produtores italianos) estão dizendo “o futuro da Itália é branco, e não tinto”. Adoraria ver o que esses dois fariam aqui, pois fazem vinhos fantásticos em condições difíceis. Também gostaria de ver mais coisas como os teroldegos, como corvina, que é uma uva do Vêneto/Trento. Só imagine os caras dizendo “ei, essa uva é de onde vieram meus avós”.

Enoblog: Mas parece que os brancos não trazem muito renome no mundo do vinho, pelo menos entre os consumidores, e isso é algo que o Brasil busca.
Clarke: Eles fizeram a fama da Nova Zelândia, e o chardonnay criou a reputação da Austrália. É cíclico. Há momentos em que brancos são mais importantes, em outros são os tintos. Os consumidores são cíclicos. O problema são os malditos críticos de vinho. Especialmente os big boys, ou grandes feras. São loucos por tintos. Querem se encher de grandes, bestiais, mostruosos tintos. É isso que os excita, mas não aos consumidores, às centenas de milhares de apreciadores de vinho. Esses não bebem só rótulos de 100 pontos. Isso é gastropornografia para a maioria. Por isso gostaria de ver mais dos vinhos que custam R$ 12. Em vinhos de 12,5% de álcool, não use carvalho! Por que gastar dinheiro nisso? Não o venda após quatro anos, mas depois de um. Mas aí algo na produção também precisa mudar. E não sei o que é, mas, dentro das vinícolas, muitos produtos são privados do sexo, da adolescência. São feitos para serem sérios. E a maneira de promover o vinho brasileiro não deveria ser “nós podemos ser mais sérios do que vocês”, mas “podemos ser mais divertidos”. Nesse momento isso é possível com o moscatel, mas não com outras variedades.

Enoblog: Você acha que o Brasil tem potencial para ser reconhecido como um importante produtor do Novo Mundo?
Clarke: Sim. Só acho que não funcionou o método usado até agora. Até o momento estão sendo feito vinhos que não são a vocação do país, que são tintos relativamente sérios. Poderiam ser tintos mais frescos, brilhantes, com a cara do dia a dia. Elaborados com viníferas, mas talvez com algo que entusiasme mais as pessoas a respeito do Brasil. Agora na Europa, e de forma crescente na América do Norte, os consumidores _ não as pessoas que leem revistas especializadas, que são uma minoria, mas o comprador padrão _ gostam de frescor, de uma boa bebida. Por isso o sauvignon blanc da Nova Zelândia é um dos vinhos mais importantes do momento. Em qualquer lugar há sauvignon blanc, também do Chile e da África do Sul. O motivo é simples: tem ótimo sabor. Por que o Beaujolais foi tão popular? Tem bom sabor. Qual um dos melhores e mais fáceis tintos do mercado? Gamay. E é barato. Você vê algumas pessoas dizendo “isso não é um vinho sério”. É sim! Muitas vezes pedimos aos produtores que visitamos para provar vinhos mais jovens. Isso é ótimo. É hora de vender esses 2009. Onde estiveram até agora? Em tanques? Em garrafas? De alguma forma, a maturação tirou um pouco de sua alma. São vinhos corretos, mas onde está a alma que se vê no Brasil, na Serra gaúcha? Esta é uma comunidade vinícola fabulosa, mas os vinhos são um tanto sérios, maduros.

Enoblog: Você compararia o perfil enológico brasileiro ao de qualquer outro país?
Clarke: Não consigo pensar em qualquer outro lugar que seja como a Serra gaúcha. É uma linda área, parece um tanto com o Piemonte, ou a Toscana, ou o oeste da Inglaterra, mas não é igual. O Brasil é um país fascinante. Se os italianos não tivessem sido enviados pra cá, não haveria vinhedos aqui. Se fossem poloneses, ou russos, ou qualquer coisa, não teriam dito “vamos plantar parreirais”. Isso é ótimo a respeito dos italianos, é uma cultura fantástica. Se isso não tivesse acontecido no final do Século 19 não acho que haveria uma cultura enológica na Serra. Não consigo lembrar de qualquer outra área semelhante ao que há aqui. Isso é bom e ruim. O prejuízo é que é difícil cultivar uvas sem que elas apodreçam na vinha. Uma das boas coisas é que é preciso colher um pouco antes do amadurecimento. Com isso, naturalmente são feitos vinhos com 12%, 12,5%, 12,7% de álcool, em tintos e brancos. De forma crescente no mundo do vinho, as pessoas estão dizendo “queremos beber mais vinho, mas menos álcool”, e “mais fruta, mas menos carvalho”. Em muitas partes da Europa hoje não se consegue vender um branco com passagem por carvalho.

Enoblog: O estilo do Velho Mundo está voltando a fazer sucesso? Você mesmo disse que os vinhos brasileiros são sérios. Ou o país deveria assumir o perfil do Novo Mundo, com vinhos mais potentes?
Clarke: Potência não. Não é por aí que o Novo Mundo deve seguir. A Nova Zelândia não fez seu nome com força, mas com frescor e perfume. Essa é só uma opinião, não como especialista, mas como um estrangeiro, um visitante entusiasmado. A maioria dos países tem uma cultura enológica recente. O Chile teria o que, 15 anos de experiência? E a Argentina? Dez ou 15 anos. Eles dirão “não, estamos fazendo vinho há 200 anos”, mas a verdadeira cultura tem uma década. A da Nova Zelândia tem 20 anos. A do Brasil também é jovem. Seria dos anos 1990?

Enoblog: Talvez dos 2000…
Clarke: Ou seja, 10 anos. Mas vocês tiraram exemplos dos métodos sérios da Itália e da França. Eu sinto que se perguntasse a alguns enólogos “que tal o sauvignon blanc neo-zeolandês?” eles não saberiam exatamente a que sabor eu estaria me referindo. Não me parece que muitos enólogos tenham feito estágio em outros países a não ser em pontos da França e da Itália. A tendência não é rumo ao Velho Mundo, mas no sentido contrário à monstruosidade. O Novo Mundo tem a ver com alegria e prazer. Esse conceito de explosão alcoólica é completamente nova. O Novo Mundo ficou famoso por causa da fruta, por ser fácil de beber, porque no coração de seus vinhos havia o princípio do prazer. E muitos dos vinhos no Brasil são feitos com terno e gravata, não com uma camisa de praia e bermuda de banho. Muitos vinhos da Nova Zelândia e da Austrália são feitos com trajes de banho, e mesmo assim são sérios, mas muito fáceis de beber. Um especialista diz que é maravilhoso, assim como um taxista. No Brasil, o especialista diz que o vinho é ótimo, e o taxista fala “hum, obrigado, mas vou querer uma caipirinha”.

Enoblog: O que você pretende fazer com toda essa informação que está coletando aqui?
Clarke: Contar ao mundo todo, aborrecer as pessoas até a morte. Já venho espalhando pelo mundo o que acontece aqui. Sempre estou procurando paisagens pra filmar, e este é um ótimo lugar para isso. Mas não acho que vou filmar até perceber que alguém está quebrando os modelos. Há muitos garotos nesse negócio. Não muitas garotas. Ainda é um mundo muito masculino. Uma das grandes coisas que acontecem no Novo Mundo quando ele realmente embala é que as mulheres se envolvem com a produção de vinho. Elas têm um senso diferente do que é excitante, de quais são as possibilidades. Mas ainda acho que vocês não saíram do quadrado, e como estão perfeitamente localizados para elaborar vinhos com pouco álcool, é preciso fazê-los, mais suculentos. Onde está toda aquela fruta? Merlot e cabernet franc podem ter muita fruta. Onde ela está? Vamos achá-la. Também gostaria de ver mais daquelas variedades do norte da Itália.

Enoblog: Por que o mercado britânico é tão importante ao redor do mundo?
Clarke: Bom, é o mais importante mercado para as exportações brasileiras hoje, estou feliz em saber. Mais do que os Estados Unidos. E lá o frescor vende, assim como brilhantismo. Nós amamos futebol. Pensamos no Brasil como o lar do futebol dourado, da genialidade. Se alguém tem uma caipirinha ou um espumante moscatel pode degustá-lo durante um jogo. Mas por que não um cabernet franc, um merlot, um gamay ou um vinho branco? Precisamos mais desse brilhantismo. Não sei se será mais nos vinhedos ou nas vinícolas, mas parece que até agora isso não surgiu. Custaram à Nova Zelândia e à Austrália 150 anos para sair do quadrado. A Argentina, literalmente, só quebrou os moldes há 10 anos. Mas eles têm condições diferentes, podem fazer malbecs pesados. No Chile podem fazer qualquer coisa. No Brasil, não. Num país tão vasto quanto o de vocês não há tantos bons lugares para cultivar uva quanto o Chile. Este não é um país natural para as viníferas. Mas por causa de pessoas determinadas que deveria ser, há algumas boas e exitosas áreas de cultivo. É preciso dar um novo passo.

Enoblog: O que você acha que será a próxima grande moda no mundo do vinho? Já passamos pelos malbecs argentinos, os rosés…
Clarke: Os rosés ainda estão em alta. Os malbecs estão em perigo, pois há muitos deles. Hoje os Estados Unidos estão muito ligados aos malbecs. O Século 21 é da internet, coisas acontecem muito ligeiro. Virar moda rapidamente é perigoso. A próxima tendência não será um país, mas um estado de espírito. O mundo é um lugar difícil no momento. O Brasil está bem, pois faz parte do Bric (bloco econômico de países emergentes). E vocês são a parte vinícola mais importante do bloco. Se o Bric se tranformar em um grupo enológico, o Brasil vai liderar. Certamente não será a Rússia, nem a Índia. A China pode pensar que vai liderar, mas será o Brasil. Mas o resto do mundo não está no Bric. Está com problemas. Serão difíceis cinco ou 10 anos para lugares como a Europa e a América do Norte. Quando você não sabe qual seu lugar no mundo e está se sentindo mal, quer fazer algo pra ficar melhor. Uma das formas mais baratas e fáceis de fazer isso _ quando não se tem dinheiro para um novo carro, casa ou viagem _ é abrir uma garrafa de vinho. Ela tem o poder de fazer as pessoas felizes. Veremos mais e mais vinhos brilhantes, frutados, perfumados, com felicidade no rótulo. Sem muito carvalho ou álcool. E vocês poderão se aproveitar disso. O Brasil sempre foi considerado um lugar estimulante.

Enoblog: Para se destacar, muitos produtores estão preocupados em conquistar prêmios em concursos internacionais. Isso realmente funciona?
Clarke: O estilo de cabernet, merlot, chardonnay ou tannat que vocês fazem não ganhará as medalhas de ouro. Com o espumante moscatel, sim. Com os espumantes champenoise ou charmat também. Os produtores querem os prêmios com seus vinhos normais, mas eles não têm alegria suficiente, personalidade. Ainda estão presos no meio. Mesmo todo o trabalho que foi feito não trouxe caráter especial. Existe uma certa superficialidade homogênea nos tintos brasileiros, especialmente os da Serra gaúcha. Você vai a quatro ou cinco vinícolas e eles todos têm características similares. Esperava que em cada uma eles fossem diferentes. Se provo rótulos de quatro cantinas no Chile, eles são diferentes. Ou quatro variedades de uva, também são distintas. Aqui o merlot é similar ao cabernet franc, ao tannat, ao cabernet sauvignon. Cadê a diferença? Então os produtores não deveriam se preocupar com as medalhas de ouro. São vinhos que provavelmente levarão a prata, mas não o ouro. Esse virá com o tipo de vinho que o Brasil ainda não está fazendo. De alguma forma, há uma divisão entre o tipo de povo que vocês são e o tipo de vinhos que fazem. Os rótulos parecem feitos por alguém com terno e gravata, mas não é o tipo de pessoas que vocês são.

Enoblog: Você faz parte do crescente grupo de celebridades enológicas conhecidas mundialmente. O que acha desse conceito? Que benefícios e prejuízos isso traz?
Clarke: Pessoas que se acham muito poderosas fazem um grande estrago. Gente que diz: “é assim”. Estou aqui dizendo “isso é o que vocês deveriam fazer”, mas no papel de um amador entusiasmado. Estou só colaborando com ideias. Há um ou dois übercríticos que acham que só eles estão certos. Estou aqui com um grupo de jornalistas. Pensamos diferente a respeito de muitas coisas. Sempre podemos sair à noite, beber caipirinhas e falar sobre o que aconteceu durante o dia. Gosto do mundo do vinho pela possibilidade de discordar. Alguns dos críticos mais importantes não gostam que discordem deles. Acho isso ruim. Se você sair pelo mundo dizendo “sei mais do que qualquer outra pessoa”, não está fazendo nenhum bem, e às vezes vai cumprir papel de ridículo. Mas se sair por aí dizendo “tenho uma ideia, e você decide se quer discuti-la ou não”, isso é ótimo. O vinho deveria ser tema de conversa e debate, e não algo com que se bate na cabeça das pessoas. Qualquer que seja a notoriedade que tenho, eu aproveito. É uma diversão, e espero não estar abusando.

Enoblog: Você começou sua carreira nas artes, certo?
Clarke: Sim, fui ator e cantor. E aqui estamos na (vinícola) Don Giovanni, e interpretei Leporello (personagem da ópera Don Giovanni, de Mozart). (Clarke canta um trecho). Fiz isso bastante.

Enoblog: E você compararia o vinho a qualquer forma de arte?
Clarke: Na emoção, sim. O vinho ainda tem de ser uma mistura de agricultura e ciência, mas acho que devem sair de uma visão. E voltando ao Brasil, não me parece que uma quantidade suficiente de produtores tem uma visão de sabor. Uma visão na cabeça, buscando “onde está aquele sabor? Aquele sabor? Aquele perfume, o aroma? Eu quero aquilo!”. Acho que muitos estão fazendo vinho de acordo com um livro, não segundo uma ideia que fica dançando em suas cabeças. Por isso acho que a arte se relaciona facilmente com o vinho. Frequentemente o vinho é emoção, intuição, mas também tem de ser boa agricultura, ciência. Estamos aqui dizendo às pessoas a necessidade de atenção aos detalhes. É muito importante. E isso é muito bem cumprido aqui. Mas com frequência os vinhos mais excitantes são aqueles em que algum equívoco foi cometido, algo saiu errado. Como na vida. Ouça a um grande cantor. Maria Callas nunca foi precisa, mas era maravilhosa. Olhe os grandes cantores, pintores. Creio que têm muitos defeitos que certamente os tornaram melhores. Pessoas sem defeitos são estranhamente sem apelo. Aquelas em que há algo que não está exatamente certo são tão mais excitantes, sensíveis, irresistíveis. Fazer tudo segundo o manual é certo, mas você estará de terno e gravata. Acho que perderá parte do todo.

FONTE: ENOBLOG - MAURICIO ROLOFF

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

57 MIL EUROS POR UM VINHO AMARELO.

Foi o preço pago em um leilão por um exemplar de 236 anos

Uma garrafa datada de 1774 do tradicional vinho amarelo ("vin jaune") da região do Jura, no leste da França, bateu recorde em preço de venda, num leilão durante o festival anual desse tipo de vinho. O exemplar foi arrematado por 57 mil euros (cerca de R$ 130 mil), o maior valor já alcançado por essa variedade.

O vinho foi elaborado no século XVIII pelo famoso produtor da época Anatoile Vercel (1725-1786) com uvas savagnin e um envelhecimento de seis anos em barris de carvalho, durante o reinado de Luis XV (1715-1774), segundo informou a agência de notícias UPI.

O vencedor do leilão foi o suiço Pierre Chevrier, que explicou ter feito o arremate em nome de um grupo de franceses, suíços e belgas. Especialistas que provaram outros vinhos elaborados por Vercel declararam que os produtos testados se encontravam em excelente estado.

Mais informação: UPI

guiadevinhos.ig.com.br


sábado, 5 de fevereiro de 2011

FRUTA DEL DIABLO.

Para quem gosta de molhos picantes e pimentas e acha que a pimenta baiana é arretada, a dica é a seguinte:

" NÃO BASTA SER... TEM QUE PARECER...".

a agência de design americana MOXIE SOZO quis criar uma embalagem para "fruta del diablo" que a distinguisse dos outros molhos na prateleira.
Usando as ilustrações inspiradas no artista mexicano Jose Guadalupe Posada fizeram os rotulos para identificar o produto com a sua intensidade e a cozinha tradicional mexicana.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Ibravin integra o Conselho de Desenvolvimento Economico e Social - RS.


O diretor-executivo do Ibravin, Carlos Raimundo Paviani, integra o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, a convite do governador Tarso Genro. Paviani representa o setor vitivinícola gaúcho no Conselhão, com o desafio de expor a visão dos produtores e da indústria. O Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES-RS) terá como funções analisar, debater e propor políticas públicas, apontando diretrizes sobre investimentos. A partir de fevereiro têm início as reuniões preparatórias do órgão. A instalação do conselho, segundo o governo do Estado, será feita em março. As reuniões acontecerão no Palácio Piratini a cada dois meses, com a participação do governador Tarso Genro.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Vinícola de Lalande-de-Pomerol foi vendida a companhia Chinesa de vinhos.


Philippe Raoux, proprietário do Chateau d’Arsac em Margoux e do complexo de enoturismo La Winery, foi o ultimo produtor de Bordeaux a vender sua propriedade a um comprador Chinês.

Na ultima semana ele completou a venda de sua propriedade de 20 hectares em Lalande-de –Pomerol, Chateau Viaud, para a Cofco, uma empresa de propriedade do governo Chinês, após 3 anos de negociações.

O preço da transação não foi revelado, mas um hectare de vinhedo em Lalande-de-Pomerol está avaliadao em €150,000. entretanto, a venda da vinícola é somente uma parcela de um acordo mais amplo.

Alem da aquisição de Viaud, Cofco se tornará distribuidor do Chateau d’Arsac na China alem de outros vinhos de Bordeaux de Raoux. A companhia também irá franquear o conceito Signe Œnologique que é utilizado n La Winery, e será desenvolvido na China como parte de um programa de educação do vinho.

Pierre Raoux, filho de Philippe, mudou-se para China e irá trabalhar em tempo integral com a companhia para desenvolverem juntos uma marca de Bordeaux adequada ao mercado Chinês.

Cofco é a maior empresa chinesa de grãos, alimentos e óleo comestível, baseada em Beijing e emprega cerca de 80000 pessoas.

Cofco is China’s largest state-owned grain, food and edible oil company, based in Beijing and reportedly employing 80,000 people across its many subsidiaries. Também é a lider no florescente setor vitivinicola chines com a sua marca Great Wall.

Fonte: Decanter

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

NOVA CAMPANHA INTERNACIONAL DA MOËT & CHANDON

A nova campanha internacional da Moët & Chandon traz novamente a estrela Scarlett Johansson, nomeada embaixadora da marca desde 2009.

A nova campanha fotografada por Tim Walker, traz o conceito de glamour, grandeza e generosidade segundo a a própria marca.

As fotos foram feitas nos salões do Trianon, propriedade da maison em Épernay- Champagne, construída por Jean-Rémy Moet entre 1805 e 1817.




Procuram-se novas uvas para salvar o vinho.

Mapa genético mostra que as usadas hoje são frágeis.

O futuro da indústria vitivinícola depende do desenvolvimento de novas variedades de uva, indicam cientistas das universidades de Stanford e de Cornell, ambas nos Estados Unidos. Uma pesquisa feita por elas com mais de 1000 variedades de uva mostra que praticamente todas as que são usadas hoje na produção de vinho têm a mesma sequência de DNA, o que as torna muito parecidas em relação à acidez, volume de açúcar e resistência a doenças.

O estudo acendeu a luz amarela em relação ao controle de pragas das plantações, mas, ao mesmo tempo, elevou a expectativa de desenvolvimento de novas variedades mais resistentes às doenças já existentes. O tema é uma das principais preocupações dos produtores, porque o manejo com defensivos, além do alto custo, tem um limite para não interferir na qualidade e integridade do fruto e do próprio vinho, informa reportagem da BBC.

Segundo os pequisadores, a estimativa é de que a espécie Vitis vinifera vinifera
— à qual pertencem as uvas cabernet, chardonnay, merlot, malbec, semillon e todas as outras variedades nobres usadas hoje em todo o mundo – foi “domesticada” pelo homem há cerca de 5 mil anos na região em que hoje encontra-se a Turquia. E desde então tornou-se a linha mestra para os vinhos até hoje feitos pelo planeta.

Para se ter uma ideia, o custo da proteção dos vinhedos da Austrália contra um fungo chamado “oídio” chega a US$ 100 milhões por ano com fungicidas. Nos Estados Unidos, 70% dos fungicidas usados na agricultura são destinados aos vinhedos, tal a fragilidade desse tipo de planta.

Como criar variedades híbridas é processo demorado – é preciso gerar a nova planta, fazer com que ela produza, verificar se é de fato mais resistente às pragas e, ao final, saber se o vinho que se tira dela é apreciado pelo consumidor –, os produtores animam-se com o mapeamento por DNA, que ajuda a cortar boa parte desse caminho.

“Se você conhece as sequências genéticas associadas com essas características, pode-se transportá-las de forma adequada ainda na fase de sementes para uma nova variedade, verificar seu DNA a partir das primeiras folhas e saber se as novas variedades atendem ao perfil genético desejado ou não”, disse à BBC Sean Myles, principal autor do estudo.

A expectativa é que a pesquisa inédita permita economizar tempo e dinheiro no desenvolvimento de novas variedades e, ao final, salve o vinho do risco um eventual ataque de pragas.

Mais informação: BBC

fonte: http://guiadevinhos.ig.com.br/

sábado, 22 de janeiro de 2011

ONTEM, TEVE PIZZA !

Não é por acaso que existem milhares de pizzarias espalhadas mundo a fora! Mas uma pizza bem feita, com ingredientes de qualidade torna-se uma refeição de alta classe. E para fugir do tradicional acompanhamento pizza-cerveja, vamos tratar da harmonização da pizza com vinho.

O que devemos perguntar!

Quando escolhemos um vinho para harmonizar com uma pizza devemos ter o habito de perguntar o seguinte:

  1. A pizza é temperada? Com o que, com tomate ou outro tempero?
  2. quanto as “guarnições”. É com carne ou algum tipo de salame? Como são cozidos? E se ao invés escolhermos legumes?
  3. o queijo utilizado: Mozzarela de bufula, queijo de cabra ou outro queijo? Qual tipo de queijo?

Dar as respostas a estas perguntas ajuda muito para fazer as escolhas certas. O molho e tomate tende a apresentar uma acidez pronunciada, os salames são salgados enquanto o manjericão acrescenta um sabor herbáceo que é importante contabilizar antes da ecolha. Ao contrario do que se acredita, não é preciso preocupar-se muito com a massa.

A harmonização.

Uma bela pizza não precisa de exageros. Ontem a escolhida foi a pizza margherita – um clássico através dos tempos com sua combinação de molho de tomate, mozzarela cremosa e folhas de manjericão. Ao mesmo tempo um prato simples para harmonizar com o vinho.

Nesta tarefa temos boas opções, tanto em brancos como tintos. Devemos considerar no prato a acidez do molho que deverá ser contraposta pela maciez do vinho; a gordura equilibrada no vinho por acidez; a leve tendência doce provocada pelo queijo que pode ser harmonizada por acidez ou mineralidade da bebida; alem do toque herbáceo do manjericão.

Então nos vinhos brancos buscamos acidez já característica, aromas secundários (frutas secas) e/ou leve toque herbáceo.

Nos tintos um vinho jovem e frutado com uma boa acidez.

Sobre a pizza:

Criada no ano de 1889 pelo pizzaiolo Rafaelle Esposito, para homenagear a rainha Margherita di Savoia durante sua visita à cidade de Nápoles. Os ingredientes usados foram escolhidos de forma que as cores fizessem referência a bandeira da Itália: branco representado pela mozarela, verde pelo manjericão e vermelho pelo tomate.

MICHEL ROLLAND ESTRELA NOVO FILME SOBRE VINHO.



O enólogo e consultor Michel Rolland, Susana Balbo, Jean Bousquet alem de outros principais nomes no mundo do vinho estrelam um novo documentário-drama que terá sua estréia no Festival Internacional de Filmes de Berlim.

El Camino del Vino conta a história real do sommelier uruguaio Charlie Arturaola, um dos top sommeliers nos Estados Unidos, que “perdeu seu palato” enquanto apresentava o Masters of Food & Wine Awards de Mendoza.

O filme, que fará parte da programação do 5.o annual Culinary Cinema programme em Berlim, conta a jornada de Charlie para re-descobrir, seguindo os conselhos de Michel Rolland – que o orientou a “voltar para os vinhedos” – e de outras figuras do circuito internacional do vinho.

O filme varia entre a comédia e o drama e faz analogias entre perdas familiares (Arturaola encontra fantasmas de parentes) e a própria perda de seu palato – como uma perda de si mesmo.

El Camino del Vino, escrito e dirigido pelo argentino Nicolas Carreras, venceu o premio FIPRESCI (Federacion Internacional de la Prensa Cinematografica) no FESTIVAL DE FILME DE MAR DE PLATA em novembro passado.

MOËT CHANDON É A CHAMPAGNE DA CERIMÔNIA DO GOLDEN GLOBE AWARDS.

Para quem se interessa sobre o que os famosos bebem, especialmente quando estão reunidos em um grande evento. No Golden Globe Awards eles bebem, e bebem muito, champagne Moët Chandon – ano passado foram consumidas mais de 10000 taças de espumante durante o jantar da cerimônia de premiação.

Para este ano foi apresentada a Moët & Chandon Gold Award Season Impérial (custando no mercado $39 /750ml). Esta edição especial é homenagem da própria Maison a sua condição de champagne oficial do evento.

Fonte: Wine Spectator

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

ARQUEOLOGISTAS DESCOBREM VESTÍGIOS DA MAIS ANTIGA VINÍCOLA DO MUNDO

Foi descoberta no sul da Armênia a mais antiga vinícola do mundo, datando cerca de 6000 anos. Através de exames bioquímicos foi identificada a produção de vinho tinto.
“É até agora a instalação mais antiga de produção de vinho, com sua prensa, cubas de fermentação e frascos de armazenamento”, afirmou Hans Barnard, integrante da equipe de arqueólogos e autor de um artigo sobre a escavação publicado na revista especializada Journal of Archeological Science.
Ao que tudo indica a produção era destinada a cerimônias religiosas possivelmente ligadas ao cemitério localizado próximo.
Usando técnica de datação através de carbono foi identificada uma videira desidratada do ano 4000 A.C. este local supera os outros sítios encontrados em cerca de 1000 anos. A mesma equipe de arqueólogos americanos, armênios e irlandeses encontraram no mesmo complexo de cavernas o sapato de couro mais antigo até então – com cerca de 5500 anos.
Este complexo de cavernas localiza-se no sul da Armênia – em montanhas do Caucasos – próximo a fronteira com o Irã.

fonte: Time

sábado, 8 de janeiro de 2011

FLORENÇA COMEMORA OS SEUS VENCEDORES DO CONCURSO “WINE TOURISM AWARDS” .

Após os vencedores do THE BEST OF WINE TOURISM terem sido premiados em Novembro passado, em Christchurch, a seccional Italiana do THE GREAT WINE CAPITALS GLOBAL NETWORK planejou sua cerimônia oficial de premiação para o inicio de 2011 em Florença.

Os sete medalhistas de ouro e dois prêmios especiais do júri estarao presentes em uma audiência especial no Palazzo Médici Riccardi, um prédio histórico que atualmente é sede do governo local.

Um grupo de jornalistas especializados terão uma chance única de visitar todas as excelentes propriedades e apreciar as suas qualidades.

Os vencedores do BEST OF WINE TOURISM de Florença são:

ARQUITETURA, PARQUES E JARDINS

VENCEDOR INTERNACIONAL – VILLA VIGNAMAGGIO

Uma das vinícolas mais antigas localizadas no coração de Chianti Clássico, datando do período da renascença (14 seculo). A Villa esta listada como um dos prédios históricos italianos e é cercada por um elegante jardim italiano. Este é o local de nascimento de Lisa Gherardini, a Mona Lisa pintada por Leonardo da Vinci.

http://www.vignamaggio.com/

ACOMODAÇÕES

RELAIS BORGO SCOPETO

Uma construção entre vinhedos e oliveiras com vista para cidade de Siena. Cuidadosamente restaurada, oferece uma combinação de mobiliários antigos e fashions numa atmosfera elegante e charmosa, onde o vinho e a cultura do vinho são promovidos de diferentes formas.

http://www.borgoscopetorelais.it/

RESTAURANTE – TURISMO DO VINHO

ENOTRIA

O nome significa “terra do vinho”: qualidade e tradição são as características da cozinha, baseada na busca pelos melhores produtos e capaz de oferecer grandes vinhos locais e de outras regiões da Itália. É a sede da Sociedade de vinho de Florença, uma associação de entusiastas de vinhos e comida.

http://www.enotriawine.it/

ARTE E CULTURA

LECCI CENTRO DA CCULTURA DO VINHO.

Um museu da uva e do vinho, centro de conferencia e um wine bar em uma colina cercada de vinhedos e oliveiras, oferece historia e tradição do vinho assim como um laboratório de aromas.

http://www.lecciculturadelvino.it/

EXPERIENCIA INOVDORA EM TURISMO DO VINHO

FATTORIA TORRE A CONA

A fazenda e a magnífica vila estao entre as colinas à sudoeste de Florença. A loja de vinhos com a área de degustação foi criada a partir de um antigo celeiro, que mistura tecnologia de ponta com materiais reciclados, num cenário ideal para aprender sobre vinho e o azeite, com a ajuda de pessoal qualificado e profissional. http://www.villatorreacona.com/

PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS EM TURISMO DO VINHO

VILLA PETRIOLO

A propriedade é gerida pelas irmãs Silvia e Simona, que constantemente promovem os vinhos e as atividades agrícolas utilizando ferramentas Web 2.0, a fim de criar uma comunidade que partilhe suas experiências, suas histórias, boas práticas na vinha e degustações de vinhos.

http://www.villapetriolo.com/

PRÊMIO ESPECIAL DO JURI (ARQUITETURA, PARQUES E JARDINS)

CANTINE LEONARDO - DALLE VIGNA SPA

A loja de vinhos, restaurante e wine bar construídos a partir de um anexo agrícola, oferecendo visitas guiadas de vinhos e visitas ao jardim biológico, um pomar antigo e o vinhedo Leonardo, projetado pelo gênio italiano.

www.cantineleonardo.it/

PRÊMIO ESPECIAL DO JURI – ACOMODAÇÕES

VILLA LE PIAZZOLE

O serviço de um hotel de luxo combinado com a privacidade e aconchego de uma casa privada, em meio a belas montanhas. Localizado a cerca de 1000 metros da famosa Ponte Vecchio, em Florença.

www.villalepiazzole.it/

SOBRE A GREAT WINE CAPITALS GLOBAL NETWORK

Fundada em 1999, aGreat Wine Capitals Global” é uma alianca de 9 renomadas regioes vinicolas - Bordeaux, França; Bilbao-Rioja, espanha; Cape Town, Africa do Sul; Christchurch-South Island, Nova Zelandia; Florence, Italia; Mainz-Rheinhessen, Alemanha; Mendoza, Argentina; Porto, Portugal; e San Francisco-Napa Valley, EUA. O Best Of Wine Tourism awards serve como benchmark para excelencia e conducao dos negocios no negocio do turismo do vinho. Para maiores informações visite: http://www.greatwinecapitals.com/.

FONTE: revista Decanter

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

LEILÕES DE VINHOS PELO MUNDO ATINGEM MARCA DE 408 MILHÕES DE DÓLARES EM 2010.


Se havia qualquer dúvida de que o mercado de leilões de vinho não iria recuperar-se após 2 anos de declínio, 2010 providenciou a resposta. De acordo com os dados apresentados pelas maiores casas de leilões, os negócios de vinhos raros e finos, ao redor do mundo, atingiram 408.10 milhões de dólares, quase o dobro do alcançado no ano anterior – 233.35 milhões.
Enquanto a lenta recuperação da economia mundial foi um dos fatores, a principal razão foi a maior escala de vendas em Hong Kong, atingindo 165 milhões (157% a mais do que 2009). Os leilões americanos subiram 43% em 2010, totalizando 154 milhões de dólares, mas ainda abaixo dos 165 milhões computados em 2008. Este foi o primeiro ano que os negócios americanos foram eclipsados pelos de Hong Kong.

Enquanto muitos lotes são vendidos no EUA, Hong Kong continua pagando mais por lote. Os leilões no oriente visam um publico diferente daquele dos Estados Unidos, uma vez que a procura em Hong Kong é mais direcionada a vinhos raros das melhores safras. A diferença fundamental entre os dois mercados é que os compradores de Hong Kong não são “sensíveis” ao preço, por isso os diretores das casas de leilões acabam colocando à venda por lá, seus melhores lotes. “Muitos compradores asiáticos estão ainda no período inicial de suas coleções, então eles compram praticamente tudo que encontram, pois suas adegas ainda estão muito vazias”, diz Charles Curtis, chefe do departamento de vinhos da Christie’s na Ásia.

Dentre os vinhos oferecidos nos leilões, Chateau Lafite Rotschild foi o mais procurado em 2010 – especialmente a safra de 1982. No primeiro trimestre do ano de 2010, o custo da caixa deste vinho era de 42.528 dólares no índice de leiloes da Wine Spectator. Em dezembro, uma caixa de Lafite 82 atingiu 65.550 dólares na Zachys de Nova Iorque. Ainda um valor pouco expressivo frente aos $132.584 pagos por uma dúzia de garrafas de Lafite 82 no leilão de Lafites em Hong Kong no ultimo mês de outubro. Na mesma sala, um novo recorde mundial por uma única garrafa de 750 ml foi alcançado quando um Lafite 1869, na verdade 3 garrafas provenientes do próprio Chateau foram vendidas por 232.692 dólares cada, ultrapassando a marca anterior de 156.450 dólares pagas em 1985.