segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Procuram-se novas uvas para salvar o vinho.

Mapa genético mostra que as usadas hoje são frágeis.

O futuro da indústria vitivinícola depende do desenvolvimento de novas variedades de uva, indicam cientistas das universidades de Stanford e de Cornell, ambas nos Estados Unidos. Uma pesquisa feita por elas com mais de 1000 variedades de uva mostra que praticamente todas as que são usadas hoje na produção de vinho têm a mesma sequência de DNA, o que as torna muito parecidas em relação à acidez, volume de açúcar e resistência a doenças.

O estudo acendeu a luz amarela em relação ao controle de pragas das plantações, mas, ao mesmo tempo, elevou a expectativa de desenvolvimento de novas variedades mais resistentes às doenças já existentes. O tema é uma das principais preocupações dos produtores, porque o manejo com defensivos, além do alto custo, tem um limite para não interferir na qualidade e integridade do fruto e do próprio vinho, informa reportagem da BBC.

Segundo os pequisadores, a estimativa é de que a espécie Vitis vinifera vinifera
— à qual pertencem as uvas cabernet, chardonnay, merlot, malbec, semillon e todas as outras variedades nobres usadas hoje em todo o mundo – foi “domesticada” pelo homem há cerca de 5 mil anos na região em que hoje encontra-se a Turquia. E desde então tornou-se a linha mestra para os vinhos até hoje feitos pelo planeta.

Para se ter uma ideia, o custo da proteção dos vinhedos da Austrália contra um fungo chamado “oídio” chega a US$ 100 milhões por ano com fungicidas. Nos Estados Unidos, 70% dos fungicidas usados na agricultura são destinados aos vinhedos, tal a fragilidade desse tipo de planta.

Como criar variedades híbridas é processo demorado – é preciso gerar a nova planta, fazer com que ela produza, verificar se é de fato mais resistente às pragas e, ao final, saber se o vinho que se tira dela é apreciado pelo consumidor –, os produtores animam-se com o mapeamento por DNA, que ajuda a cortar boa parte desse caminho.

“Se você conhece as sequências genéticas associadas com essas características, pode-se transportá-las de forma adequada ainda na fase de sementes para uma nova variedade, verificar seu DNA a partir das primeiras folhas e saber se as novas variedades atendem ao perfil genético desejado ou não”, disse à BBC Sean Myles, principal autor do estudo.

A expectativa é que a pesquisa inédita permita economizar tempo e dinheiro no desenvolvimento de novas variedades e, ao final, salve o vinho do risco um eventual ataque de pragas.

Mais informação: BBC

fonte: http://guiadevinhos.ig.com.br/

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